Oi, meninas, tudo bem?? Entrevistei duas dermatologistas FERAS para nos ajudar na hora de escolher o melhor peeling...
Fazer
um peeling na pele nada mais é que descamá-la com o objetivo de retirar
as células envelhecidas e mortas, que já sofreram a ação do tempo e não
estão mais trabalhando como deveriam, por isso o tratamento é eficaz
para remover manchas, cicatrizes da acne e combater a oleosidade
excessiva. Há também os peelings que estimulam a produção de colágeno,
sendo os mais indicados para tratar rugas superficiais e flacidez. O
procedimento é realizado principalmente no rosto, mas colo, pescoço e
mãos também podem ser submetidos ao tratamento. A principal vantagem da
técnica está na melhora da aparência da pele, que ganha viço e brilho.
Mas para cada problema de pele existe um tipo de peeling mais indicado.
A
dermatologista Inaê Cavalcanti, da DOM Medicina, membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que existem peelings químicos e
peelings físicos. A diferença entre esses dois tipos é a forma como é
feita a descamação da pele. Os químicos são feitos com ácidos e os
físicos realizam uma espécie de lixamento em contato com a pele. Entre
os peelings físicos estão a esfoliação caseira, o peeling de cristal e o
de diamante. Já para os peelings químicos são usados ácidos como o
retinoico e o salicílico.
A
dermatologista Silvia Zimbres, da Doux Dermatologia, também da SBD,
explica que qualquer pessoa pode fazer peelings, mas sempre com a
intensidade adequada, no caso dos peelings físicos, ou concentração
correta dos ácidos, no caso dos químicos. Para cada caso existe uma
possibilidade. Confira a seguir qual é o peeling mais recomendado para o
seu problema de pele.
Pele sem brilho
Sua
pele está com aspecto cansado, sem brilho ou sem viço, mas não tem
nenhum problema mais importante, como acne ou oleosidade? A
dermatologista Inaê explica que esse problema acontece quando a camada
de células envelhecidas já está muito espessa. Para controlar o problema
a dermatologista recomenda a esfoliação em casa, com sabonetes
esfoliantes específicos para o rosto. “A esfoliação em casa pode ser
feita no máximo duas vezes por semana, caso a frequência seja maior a
pele pode acabar ficando muito sensível”, explica. Essa é uma boa pedida
principalmente para mulheres que já passaram dos 35 anos: “aos 20 anos,
a renovação celular é feita naturalmente a cada 28 dias – após os 35
ela pode demorar até 45 dias para acontecer”, conta Inaê.
Pele oleosa
A
dermatologista Silvia Zimbres, explica que a melhor opção para peles
oleosas é o peeling químico à base de ácido salicílico. Essa substância é
especialmente eficaz na regulação da produção de oleosidade pelas
glândulas sebáceas da pele. O ácido salicílico também é muito utilizado
pela sua ação queratolítica, ou seja, ele promove afinamento da pele,
aliviando cicatrizes e rugosidades. O peeling com ácido salicílico gera
ardor leve na aplicação, mas é bastante seguro para qualquer tipo de
pele. “Como qualquer substância irritativa, o uso do ácido salicílico
deve ser monitorado para evitar traumatizar a pele”, recomenda Silvia.
“Deve-se monitorar também a associação com outros produtos irritantes”.
Esse tipo de peeling pode ser feito uma vez por semana, a cada 15 dias
ou de acordo com a recomendação médica.
Pele com cravos
“O
ácido retinoico (também chamado de tretinoína ou de vitamina A ácida) é
considerado padrão ouro no tratamento da acne grau 1, que apresenta-se
como cravos inflamados”, explica Inaê Cavalcanti. “Por suas propriedades
de afinar a pele e por aumentar a renovação celular, pode realmente
produzir resultados terapêuticos excelentes”. Por causar danos ao feto
durante a gestação, o ácido retinoico é um medicamento que precisa de
receita médica, é encontrado em produtos em concentrações desde 0,01 até
0,1%. Pode ser preparado em formulações manipuladas receitadas pelo
especialista nas mais diversas concentrações e utilizado no consultório
para peelings químicos até 5%. O peeling com ácido retinoico é
praticamente indolor e tem ótima aceitabilidade pelos pacientes. “Ele
pode ser combinado com peelings físicos, como o peeling de cristal e o
peeling de diamante, para que seus efeitos sejam otimizados”, explica
Silvia. O uso do ácido retinoico deve ser monitorado para evitar traumas
à pele. Deve-se monitorar também a associação com outros produtos
também irritantes. Pelo seu efeito de afinar a pele, torna-a mais
suscetível aos danos causados pela radiação ultravioleta. Recomenda-se
evitar exposição excessiva ao sol. A frequência do peeling deve ser de
15 em 15 dias ou de acordo com a recomendação médica, porém o uso do
medicamento em casa pode ser diário, conforme a indicação do
especialista.
Pele com acne
“A
pele com acne pode ter bons resultados com o peeling de jessner”,
recomenda a dermatologista Silvia. A solução de jessner associa ácido
salicílico, ácido lático e resorcina. O ácido salicílico ajudará no
controle da oleosidade, além de ter ação queratolítica, afinando a pele e
amenizando a aparência da acne; a resorcina é um eficiente
antisséptico, ou seja, impede a proliferação das bactérias na pele; o
ácido lático, por sua vez, ajuda na esfoliação da pele. A dermatologista
Inaê explica que essa solução pode ser usada em acnes de todos os
graus, mas sempre com indicação médica e com frequência também
determinada pelo médico. Esse tipo de peeling é considerado superficial,
ou seja, remove apenas a epiderme, camada mais externa da pele,
portanto os cuidados são mais simples. A indicação é evitar exposição
solar e usar filtro solar com FPS mínimo de 30 e preferencialmente
físico, que penetra menos na pele, reduzindo as chances de irritação e
ardor.
Pele com cicatrizes de acne
O
peeling químico também pode ajudar a amenizar cicatrizes de acne, mas
nesse caso os efeitos devem ser mais profundos, uma vez que as
cicatrizes da acne são também mais profundas, originadas na derme, a
segunda camada da pele. Nesse caso, a indicação é o peeling com ácido
tricloroacético 30% ou com fenol (fórmula de Baker). Esses dois peelings
retiram toda a epiderme – a camada externa da pele – e agem
profundamente na derme, amenizando bastante a cicatriz de acne. Nesse
caso, será preciso ficar de três a sete dias em casa, pois a pele estará
muito sensível. Durante esse período devem ser usados produtos
cicatrizantes recomendados pelo médico e protetor solar físico, que, por
reagir menos com a pele, tem menos chances de causar irritação ou
ardor.
Pele com fotoenvelhecimento
Pele
com fotoenvelhecimento Existem dois tipos de envelhecimento da pele: o
cronológico, causado pela ação natural do tempo, e o fotoenvelhecimento,
causado pela ação de fatores ambientais, principalmente a radiação
ultravioleta do sol. Ao penetrar na pele, os raios UV atingem a derme
profunda, causando danos ao colágeno que resultam em flacidez, manchas,
rugas e textura mais áspera da pele. Para tratar o fotoenvelhecimento
severo é necessário que seja feito um peeling químico mais profundo, que
vai agir até a derme profunda, camada em que penetram os raios UV. O
peeling com ácido tricloroacético 30% ou fenol retira quimicamente as
camadas envelhecidas pela ação do sol – epiderme, derme superficial e
parte da derme profunda – e estimula a formação de uma pele nova. Com
isso, haverá a produção de colágeno novo, que tomará o lugar do colágeno
danificado, em consequência haverá melhora da flacidez e do tônus da
pele, além de melhora sutil das rugas. A descamação da pele ajudará a
disfarçar discretamente as manchas mais profundas, enquanto as sardas,
que são mais superficiais, podem melhorar significativamente. A
renovação celular melhorará a textura da pele. Vale lembrar que os
cuidados após a aplicação desse tipo de peeling, mais profundo, são
indispensáveis: use os produtos cicatrizantes recomendados pelo médico,
filtro solar químico – que causa menos irritação e ardor - e fique de
três a sete dias de repouso em casa.
Pele ressecada
Uma
boa opção para quem tem pele ressecada e precisa de hidratação é
associar um peeling físico, como o peeling de cristal ou diamante, à
aplicação de cosmético com ácido hialurônico. “O ácido hialurônico age
atraindo moléculas de água para perto dele, daí a ação hidratante”,
explica a dermatologista Inaê. No entanto, para que ele faça efeito, é
necessário que suas moléculas sejam de baixo peso molecular, portanto
capazes de atravessar a barreira da pele. A remoção da camada
superficial da pele permite que ele aja ainda mais profundamente na
pele, otimizando os resultados. O tratamento com ácido hialurônico deve
ser acompanhado de proteção solar com FPS mínimo de 30 com reaplicação
de duas em duas horas.
Pele com manchas
A
dermatologista Silvia explica que no caso das manchas de pele mais
profundas, chamadas de melasmas, existem opções que podem ser mais
eficientes que o peeling, como o laser ou o uso diário de ácidos
clareadores, por exemplo. Mas para as sardas e melanoses, manchas
localizadas na camada mais superficial da pele, o peeling físico é uma
boa opção. O ideal é que o peeling de diamante ou de cristal remova toda
a epiderme, chegando até a derme superficial, clareando as manchas.
Pele com rugas
As
rugas finas são marcas mais profundas e por isso têm um benefício
discreto com o uso do peeling. O benefício ocorre principalmente quando,
junto ao peeling, é feito uso de cosméticos que agem suavizando as
linhas de expressão, como o retinol e as vitaminas A e C.
Pele com flacidez
A
esfoliação promovida pelo peeling estimula a produção de colágeno, a
principal proteína responsável por dar forma, estrutura e sustentação à
pele. Logo após um peeling físico leve, como o peeling de cristal, a
pele fica mais viçosa e firme. No entanto, em casos de flacidez mais
pronunciada o peeling terá resultado muito discreto. Também é importante
diferenciar a flacidez da pele da flacidez muscular, caso em que o
peeling não trará qualquer benefício.